Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King


    Oy, Guv! A série Dragon Quest é, sem dúvidas, uma das maiores franquias do gênero de RPG. Seu estilo enraizado nos moldes clássicos dos games japoneses, ganhou o apresso de muitos jogadores também fora do oriente. Os jogos da franquia foram portados com o título Dragon Warriors para o nosso lado do globo. Foi apenas em seu oitavo episódio que a denominação "Quest" foi incluída ao título. Dragon Quest VIII: Jorney of the Cursed King, fez muito mais do que trazer o nome original da série. Seus gráficos, jogabilidade e história cativante, apesar de simples, modernizou os conceitos clássicos dos J-RPG, tornando-se a porta de entrada na franquia para vários novos jogadores.

Arte inconfundível de Akira Toriyama

    Lançado em 2004 no Japão e 2005 na américa do norte, o game foi desenvolvido pelo, então não tão famoso, Studio level-5, em parceria com a recém fundida SquareEnix. Seu lançamento no Japão, assim como os outros jogos da série, foi um sucesso estrondoso. Fora dele, o interesse foi morno, mas muito maior que seus antecessores.

Gráficos

    O chamativo à primeira vista eram seus gráficos totalmente reformulados em relação aos jogos anteriores, que utilizavam sprites 2D total ou parcialmente em sua programação. O Oitavo título da série trouxe o cell shading, dando na renderização da modelagem 3D dos personagens e cenários a "cara" de anime, casando totalmente ao estilo do traço de Akira Toriyama (não preciso falar sobre ele, não é?!), ilustrador de toda a série.

    Os elementos dos cenários são muito bem trabalhados com luz e sombras em ambientes abertos e com um draw distance muito respeitável. não foram poucas as vezes que me vi parado em uma planície admirando o horizonte

Nosso amado PS2 sendo levado ao limite gráfico

História

    A jornada do herói está toda presente. O “Herói", no qual damos o nome no início da aventura, é o único personagem sem falas. Ele personifica o jogador, e seu background é apresentado em cenas não interativas mostrando um pouco do passado do personagem e desenvolvido pela interação com os demais integrantes da trama. Todos os personagens que irão acompanhá-lo têm um desenvolvimento gradativo no decorrer da aventura de tal forma a torná-los relevantes para a história.

    A narrativa é bem simples e agradável, algo que considero positivo na estrutura do roteiro. Nosso personagem era um guarda real sem grande relevância. Quando o castelo é atacado e magias poderosas são liberadas todos os seus moradores são amaldiçoadas, incluindo a família real. O "Herói" é o único não afetado pela magia e se une ao rei e sua filha, transformados em troll e égua respectivamente, em uma jornada para encontrar um artefato que pode desfazer a maldição. (Acho que o subtítulo do game explica quase tudo, não?!)

Jogabilidade

    O Estilo clássico considerado "Travado" das batalhas segue os moldes dos jogos antecessores com batalhas de turnos em encontros randômicas nas áreas de exploração e dungeons do cenário, o que pode cansar os jogadores pela quantidade de inimigos e por não poder vê-los no mapa (fato corrigido em lançamentos futuros).

A armas equipadas nos personagens aparecem durante as batalhas, uma novidade na série


    Embora tenhamos todo o ambiente 3D em um mundo aberto que pode ser acessado no decorrer da narrativa, acabamos gastando muitas horas para atravessar as cidades quebrando a cadencia da experiencia, deixando a aventura um pouco monótona. Com o avanço da trama, conseguimos a habilidade de “viagem rápida”, o que acaba revigorando o espirito do game.

    Existe um sistema de criação de poções e itens que podem ser misturados para a obtenção de outros materiais. Já as melhores armas e armaduras no jogo podem ser obtidas em missões não obrigatórias. Em muitos momentos a ajuda de um "passo a passo" é importante caso não queira deixar passar nenhum dos itens espalhados pelo cenário.

O belo cenário quebra a monotonia das várias horas de caminhada pelo mapa

Extras

    Não podemos deixar de citar o sistema de Captura e lutas de monstros em um torneio (lembra algum outro jogo?). A Arena de monstros é habilitada após algumas boas horas de gameplay dando ao jogador a opção de "Caçar" monstros específicos espalhados pelo cenário. Escolhemos até 3 monstros para a disputar torneios. Durante as batalhas, os monstros não podem ser controlados. Mas não se engane, será exigido um nível intermediário de estratégia e empenho caso o jogador queira vencer todas as lutas disponíveis.

Capturar monstros e competir em batalhas é um passatempo muito divertido


Variações

    Para aqueles que não tem acesso ao nosso “Guerreirinho” PS2 e gostariam de jogar o game, temos algumas boas opções. Em 2014 foi lançada uma versão para o sistema Android com a adaptação dos controles as telas sensíveis ao toque. Em 2017 o game chegou ao 3DS trazendo novos personagens jogáveis, possibilidade de acelerar as batalhas, inclusão da visão dos inimigos no cenário, entre outras novidades, deixando o sistema mais atrativo para os novos jogadores.

Minha querida versão japonesa do game em todo seu esplendor


Conclusão

     Para os amantes dos RPGS clássicos, mas que gostam de uma pitada de novidade, Dragon Quest VIII é praticamente obrigatório. Um atrativo para novos jogadores que queiram conhecer a série, mas não ficam confortáveis com a estrutura dos jogos mais clássicos.
    Pessoalmente, considero Jorney of the Cursed King uma aventura extremamente gratificante. Um game para ser jogado sem pressa. As minhas mais de 140 horas de gameplay me deixaram lembranças agradáveis e a sensação de que de alguma forma, essa jornada foi um pouco minha também.

        Bons jogos a todos.

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